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Lógica

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Pesquisa feita por mim (xNb) sobre lógica com o intuito de complementar o conhecimento sobre lógica dos freqüentadores do fórum. Enjoy! (Y)

 

Introdução

  • Porquê?

Creio que a primeira pergunta que qualquer criança irá fazer é
porquê?
e é uma boa questão (exceto após a trigésima vez que perguntam). Então, porque estou escrevendo este tópico?

A razão principal é para ajudar os iniciantes a entenderam melhor como funcionam as linguagens de programação (as quais funcionam inteiramente sobre a lógica), e talvez (quem sabe?) até ajudar os mais experientes.

  • Agradecimentos

Eu gostaria de agradecer a meus pai por terem me posto no mundo, minhas avós por cuidarem tão bem de mim e aos meu avôs por serem tão engraçados (nada disso seria possível sem vocês).

 

E para Aristóteles, o qual inventou essa ciência que nos fez avançar tanto tecnologicamente e filosoficamente.

Parte 1 - Introdução à Lógica

  • Capítulo 1 - O que é Lógica?

Lógica, originalmente, é a ciência formal que estuda as leis necessárias à construção de um raciocínio perfeito. Hoje seu campo de estudo é muito mais amplo, abrangendo das ciências da computação à matemática.

  • Capítulo 2 - Conceitos Básicos da Lógica

1. Proposição

Uma
proposição
(ou
asserção
) é a afirmação de que algo é verdadeiro ou falso.

Usamos frases para exprimir proposições. Mas nem toda frase é proposição: ordens, perguntas, conselhos só em casos especiais contêm proposições. Apenas a linguagem em sua função informativa (referencial ou denotativa) pode ser proposicional.

Nota:
Função referencial ou denotativa
- a mensagem é centrada no receptor, o objetivo é informá-lo. O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações. Geralmente usa-se a 3ª pessoa do singular. Exemplos: textos jornalísticos e científicos.

Segundo
Quine
,
toda proposição é uma frase mas nem toda frase é uma proposição; uma frase é uma proposição apenas quando admite um dos dois valores lógicos:
Falso
(
F
) ou
Verdadeiro
(
V
).

Exemplos:

Frases que não são proposições

  • Pare!

  • Quer uma xícara de café?

  • Eu não estou bem certo se esta cor me agrada.

Frases que são proposições

  • A lua é o único satélite do planeta terra. (
    V
    )

  • A cidade de Salvador é a capital do estado do Amazonas. (
    F
    )

  • O numero 712 é ímpar. (
    F
    )

  • Raiz quadrada de dois é um número irracional. (
    V
    )

2. Inferência

 

 

Processo pelo qual se chega a uma proposição, afirmada na base de outras proposições aceitas como ponto de partida processo (as premissas).

3. Argumento

Qualquer conjunto de proposições, tal que se afirme uma delas derivada das outras. Todo argumento é composto de uma ou mais premissas e de uma ou mais conclusões.

Diferença entre Argumento e Inferência:

Inferência
refere-se ao processo de raciocínio.

Exemplo:

Todo "A" é "B".

W é "B".

Portanto, W é "A".

Argumento
refere-se ao conteúdo da inferência.

Exemplo:

Todos os paulistas são brasileiros.

Lilian é paulista. Portanto, Lilian é brasileira.

4. Premissas

 

 

São aquelas proposições que são enunciadas como provas ou razões para aceitar a conclusão.

5. Conclusão

É aquela preposição que se afirma com base nas outras proposições desse mesmo argumento.

  • Exemplo de Argumento:

Todos os paulistas são brasileiros.
[ premissa 1 ]

Lilian é paulista.
[ premissa 2 ]

Portanto, Lilian é brasileira.
[ conclusão ]

Nota: As premissas 1 e 2 e a conclusão são todas proposições.

  • Capítulo 3 - Identificando Premissas e Conclusões nos Argumentos

Normalmente, as premissas e conclusões estão "perdidas" no discurso. É necessário identificar corretamente o argumento, através da decomposição de suas partes.

Vamos realizar alguns exercícios...

Identifique a(s) premissa(s) e a(s) conclusão(ões):

1. "A televisão tem se mostrado uma excelente mídia para a propaganda, uma vez que atinge enorme público e apresenta flexibilidade quanto aos recursos que podem ser utilizados."

Resposta: "
A televisão tem se mostrado uma excelente mídia para a propaganda
,
uma vez que atinge enorme público
e apresenta flexibilidade quanto aos recursos que podem ser utilizados
."

Premissa 1
,
Premissa 2
e
Conclusão

2. "A ambigüidade de toda produção cultural é evidenciada, levando-se em conta que ao mesmo tempo em que ela contribui para a informação, contribui igualmente para a ocultação da realidade, através da ideologia"

Resposta: "
A ambigüidade de toda produção cultural é evidenciada
,
levando-se em conta que ao mesmo tempo em que ela contribui para a informação
,
contribui igualmente para a ocultação da realidade, através da ideologia
"

Premissa 1
,
Premissa 2
e
Conclusão
.

3. "Não há evidências empíricas que comprovem o aumento da agressividade nas crianças que jogam videogames; além disso certos estudos apontam inclusive o contrário: videogames podem ser benéficos em certos casos. É certo afirmar, desta forma, que os videogames não são prejudiciais à saúde da criança."

Resposta: "
Não há evidências empíricas que comprovem o aumento da agressividade nas crianças que jogam videogames
;
além disso certos estudos apontam inclusive o contrário: videogames podem ser benéficos em certos casos
.
É certo afirmar, desta forma, que os videogames não são prejudiciais à saúde da criança
."

Premissa 1
,
Premissa 2
e
Conclusão
.

  • Capítulo 4 - Princípios da Lógica Tradicional

1. Lei da Não-contradição

"Efetivamente, é impossível a quem quer que seja acreditar que uma mesma coisa seja e não seja" ARISTÓTELES,
Metafísica
, Γ3, 1005 b 22-44

Segundo o Princípio de Não-contradição, dada uma proposição e sua negação, não podem ser ambas verdadeiras.

Ela diz que uma proposição verdadeira não pode ser falsa e uma proposição falsa não pode ser verdadeira. Nenhuma proposição, portanto, pode ser os dois ao mesmo tempo.

2. Lei do Terceiro Excluído

"Quem diz de uma coisa que é ou que não é, ou dirá o verdadeiro ou dirá o falso. Mas se existisse um termo médio entre os dois contraditórios nem do ser nem do não ser poder-se-ia dizer que é o que não é". ARISTÓTELES,
Metafísica
, Γ7, 1011 b 28-30

Popularmente pode ser enunciado da seguinte maneira: "
O que é é, o que não é não é e não há uma terceira opção
."

3. Lei da Identidade

"(Todo) A é A".

"Cada coisa é aquilo que é" LEIBNIZ,
Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano
.

Ela diz que todo objeto é idêntico a si mesmo.

Parte 2 - Verdades e Validades

  • Capítulo 1 - Introdução

Os argumentos corretos são chamados de argumentos válidos.

A validade de um argumento depende exclusivamente da relação entre as premissas e a conclusão: dizer que um argumento é válido significa dizer que as premissas estão de tal modo relacionadas que
a conclusão deve ser verdadeira se as premissas forem verdadeiras.

  • a
    Validade
    é uma propriedade dos
    argumentos
    ;

  • a
    Verdade
    é uma propriedade das proposições tomadas
    individualmente
    ;

Todos os gatos têm asas (
F
)

Todos os pássaros são gatos (
F
)

.'. Todos os pássaros tem asas. (
V
)

Todos os diamantes são duros (
V
)

Alguns diamantes são jóias (
V
)

.'. Algumas jóias são duras. (
V
)

  • Capítulo 2 - Raciocínios Válidos

Engana-se quem pensa que todo raciocínio válido que contenha premissas falsas terá uma conclusão necessariamente falsa. Tomemos o raciocínio lógico a seguir:

Todos os gatos têm asas (
F
)

Todos os pássaros são gatos (
F
)

.'. Todos os pássaros tem asas. (
V
)

Este raciocínio lógico é um raciocínio válido, com premissas falsas e uma conclusão verdadeira.

  • Capítulo 3 -Raciocínios Inválidos

Há vezes em que um raciocínio inválido tem tanto premissas verdadeiras quanto conclusões verdadeiras. Podemos determinar a invalidade deste raciocínio por meio de um contra-exemplo, ou seja, um exemplo de um raciocínio que tenha a mesma forma do raciocínio que queremos provar ser inválido, mas tenha premissas verdadeiras e uma conclusão falsa.

Por exemplo, o seguinte raciocínio tem tanto premissas verdadeiras quanto conclusão verdadeira:

Todas galinhas têm penas.

Todas aves têm penas.

Logo, todas galinhas são aves.

Contudo, se substituirmos todas as ocorrências do termo "aves" pelo termo "patos", teremos:

 

 

 

 

Todas galinhas têm penas.

 

Todos patos têm penas.

Logo, todas galinhas são patos.

 

 

 

Ou seja, um raciocínio inválido. E como a forma destes dois últimos raciocínios é a mesma, ambos são inválidos.

  • Capítulo 4 - Valor de Verdade

Uma proposição pode ter um dos seguintes
valores de verdade
:

  • Verdade

  • Falsidade

Os filósofos discutem muito sobre o que constitui a verdade. Por agora podemos usar uma distinção muito simples:

  • "P" é verdadeira se e somente se P.

  • "P" é falsa se e apenas se não-P.

Por exemplo:

  • A proposição "a neve é branca" é verdadeira se e somente se a neve for branca.

  • A proposição "a neve é branca" é falsa se e somente se a neve não for branca.

Em outras palavras, uma proposição é verdadeira se ela descreve corretamente um estado do mundo, e será falsa se ela descrever incorretamente um estado do mundo. Isto é conhecido como a Teoria da Verdade de Tarski.

Parte 3 - Operadores Lógicos

  • Capítulo 1 - Introdução

Os operadores lógicos aplicam-se a uma ou duas proposições para formar novas proposições.

O valor de verdade da nova proposição é determinado pelos valores de verdade das proposições ligadas e pelo operador aplicado.

Alguns dos operadores lógicos mais usados:

Conjunção (... e...)

Disjunção (... ou... )

Condicional (se... então... )

Negação (... não...)

Bicondicional (... se e somente se...)

  • Capítulo 2 - Conjunção - "e"

Quaisquer duas proposições,
P
e
Q
, podem ser conectadas gerando uma proposição nova e complexa:
J
.

A proposição J é verdadeira se e apenas se "
P
" e "
Q
" forem verdadeiras.

Com qualquer outra combinação combinação de valores de verdade,
J
é falsa.

Exemplo: Você ganhará sua mesada se eu tiver aumento e se você se comportar (
se
P
e
Q
,
então
J
)

A tabela de verdade da Conjunção é a seguinte:

img007bi9.gif

  • Capítulo 3 - Disjunção - "ou"

Quaisquer duas proposições,
P
ou
Q
, podem conectar-se como alternativas mútuas (disjunção), produzindo uma nova proposição (complexa):
J.

Se
P
ou
Q
,
então
J

A proposição J é verdadeira se e apenas se uma delas, P ou Q, for verdadeira. É falsa se nenhuma for verdadeira.

A tabela de verdade da Disjunção é a seguinte:

img009jg9.gif

  • Capítulo 4 - Negação - "não"

O operador "não", inverte o valor lógico de determinada proposição. Assim, por exemplo:

Se "
P
" é verdadeiro, "
não-P
" será falso e

Se "
P
" é falso, "
não-P
" será verdadeiro.

Exemplo: Se você estudar ganhará um presente.

Se você
não
estudar,
não
ganhará um presente.

Parte 4 - Tipos de Argumentos

  • Capítulo 1 - Introdução

1. Dedutivo: Parte de uma verdade geral para afirmações particulares. A verdade da conclusão baseia-se nas premissas: se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é verdadeira.

2. Indutivo: Parte de casos particulares para concluir uma verdade geral.

  • Capítulo 2 - Raciocínio Dedutivo

Parte de uma lei universal e aplica a casos particulares:

Todos os homens são falíveis

Einstein é um homem

Logo, Einstein é falível.

  • Capítulo 3 - Raciocínio Indutivo

É o método mais utilizado pela ciência: parte de informações particulares e busca uma lei geral, universal:

O ferro conduz eletricidade

O ouro conduz eletricidade

O cobre conduz eletricidade

Logo, todos os metais conduzem eletricidade.

  • Capítulo 4 -Dedução e Indução

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img015sr8.gif

  • Capítulo 5 - Funções da Dedução e da Indução

Na dedução, a conclusão apenas explicita ou reformula o que já havia sido dito pelas premissas.

O raciocínio dedutivo objetiva tornar explicito o conteúdo das premissas.

Na indução, a conclusão enuncia algo que supera a informação contida na premissa.

O raciocínio indutivo objetiva ampliar nossos conhecimentos.

Parte 5 - As Falácias

  • Capítulo 1 - Introdução

O objetivo de um argumento é expor as razões que supportam uma conclusão. Um argumento é falacioso quando as razões apresentadas não suportam a conclusão.

Em lógica, a falácia refere-se àquele argumento que é incorreto, mas que pode convencer as pessoas.

Existem diversos tipo de falácias. Podemos dividi-las em 12 grupos básicos.

  • Capítulo 2 - Falso Dilema

Definição: É dado um número limitado de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Por as questões ou opniões em termos de "ou tudo ou nada" é uma forma corrente de gerar esta falácia.

Exemplos:

1. Quem não está por mim, está contra mim...

2. Brasil: ame-o ou deixe-o.

3. Ou suportas sua mulher ou separa-se.

4. Uma pessoa ou é boa ou é má.

Prova: Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.

  • Capítulo 3 - Falácia da Ignorância (argumentum ad ignoratiam)

Definição: Os argumentos com esta forma assumem que se pode concluir que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso. Da mesma forma, tal tipo de argumento pode concluir que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que assume que todas as proposições têm de ser conhecidas como sendo verdadeiras ou falsas).

Exemplos:

1. Fantasmas existem! Já provou que não existem?

2. Como os cientistas não podem provar que a camada de ozônio vai se destruir, isto provavelmente não ocorrerá.

3. Paulo disse que era mais esperto do que Marta, mas não provou. Portanto, isso deve ser falso.

Prova: Identifique a proposição em questão. Argumente que ela pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por agora, não o saibamos...

  • Capítulo 4 - Derrapagem (Bola de Neve)

Definição: Para mostrar que a proposição P é inaceitável, uma série de fatos cada vez mais inaceitáveis é extraída de P. O argumento é falacioso quando pelo menos um de seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou mais premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constituem o todo do argumento.

Exemplos:

1. Se aprovarmos leis liberando o uso da maconha, não demorará muito até aprovarmos leis liberando todas as drogas, e então começaremos a liberar os crimes em geral.

2. Se eu abrir uma exceção para você, terei de abrir exceções para todos.

Prova: Identifique a proposição P que está sendo refutada e identifique o evento final, Q, da série de eventos. Depois mostre que este evento final, Q, não tem de ocorrer como conseqüência de P.

  • Capítulo 5 - Falácia da Composição

Definição: Como as partes de um todo tem uma certa propriedade, argumenta-se que o todo tem essa mesma propriedade. Esse todo pode ser tanto um objeto composto de diferentes partes, como um coleção ou conjunto de membros individuais.

Exemplos:

1. Cada tijolo tem três polegadas de altura, portanto a parede de tijolos tem três polegadas de altura.

2. As células não tem consciência. Portanto, o cérebro, que é feito de células, não tem consciência.

  • Capítulo 6 - Falácia da Divisão

Definição: Como o todo tem uma certa propriedade, argumenta-se que as partes tem essa propriedade. O todo em questão, pode ser tanto um objeto como uma coleção ou um conjunto de membros individuais.

Exemplos:

1. Como o cérebro tem consciência, cada célula do cérebro deve ter a consciência.

2. Uma vez que a classe do 2º ano de publicidade e propaganda é de excelente nível, Fulano, que é aluno dessa classe deve ser de excelente nível também...

Prova: Mostre que as propriedades em questão são propriedades das partes mas não do todo. Se for preciso, descreva as partes para mostrar que elas não podem ter as propriedades do todo.

  • Capítulo 7 - Petição de Princípio (Petitio Principii)

Definição: A verdade da conclusão é assumida pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas premissas de uma forma ligeiramente diferente. Nos casos mais difíceis a premissa é conseqüência da conclusão.

Exemplos:

1. Dado que não estou mentindo, segue-se que estou dizendo a verdade.

2. Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para não aceitarmos que ele escreveu a Bíblia)

Prova: Mostre que para acreditarmos nas premissas já teríamos de aceitar a conclusão.

  • Capítulo 8 - Apelo à Força (Argumentum ad Baculum)

Definição: O interlocutor é informado de que conseqüências desagradáveis se seguirão a discordância do autor.

Exemplos:

1. É melhor concordar com a nova orientação da empresa. Pelo menos se você pretende manter seu emprego.

2. Todos os membros do partido devem apoiar a candidatura de Fulano, ou enfrentar um processo de expulsão.

Prova: Identifique a ameaça e a proposição. Argumente que a ameaça não tem relação com a verdade ou a falsidade da proposição.

  • Capítulo 9 - Apelo à Piedade (Argumentum ad Misercordiam)

Definição: Pede-se aprovação do auditório na base do estado lastimoso do autor.

Exemplos:

1. Não é possível ter tirado essa nota, pois passei as últimas duas noites estudando!

2. O presente custou caríssimo. Portanto, ela vai gostar...

Prova: Identifique a proposição e o apelo à piedade e argumente que o estado lastimoso do argumentador nada tem a ver com a verdade da proposição.

  • Capítulo 10 - Apelo às Conseqüências (Argumentum ad Cosequentiam)

Definição: O autor, para "mostrar" que uma crença é falsa, aponta conseqüências desagradáveis que advirão de sua defesa.

Exemplos:

1. Não se pode aceitar que a teoria da evolução é verdadeira, porque se ela fosse verdadeira não seriamos melhores que os macacos.

2. Deve acreditar em Deus, porque de outro modo a vida não teria sentido. (Talvez. Mas também é possível dizer que, não havendo sentido para a vida, Deus não existiria.)

Prova: Identifique as conseqüências e argumente que a realidade não tem de se adaptar a nossos desejos.

  • Capítulo 12 - Apelo ao Povo (Argumentum ad Populum)

Definição: Sustenta-se que uma proposição é verdadeira por ser largamente defendida com o tal por algum setor da população. Esta falácia é, por vezes, chamada "Apelo à Emoção" porque os apelos emocionais atingem, muitas vezes, a população como um todo.

Exemplos:

1. Desde que o mundo é mundo as coisas são feitas dessa forma. Por que você insiste em pensar diferente?

2. As pesquisas sugerem que o partido XYZ vai ganhar as eleições; portanto, você também deve votar nele.

3. Todo mundo sabe que a Terra é plana. Então porque insistes nas tuas excêntricas teorias? (Papa falando à Ptolomeu)

Prova: Cite Nelson Rodrigues "Toda unanimidade é burra..."

  • Capítulo 13 - Ataque à Pessoa (Argumentum ad Hominem)

Definição: A pessoa que apresentou um argumento é atacado em vez do próprio argumento. Assume muitas formas. Pode-se, por exemplo, atacar o caráter, a nacionalidade ou a religião da pessoa. Em alternativa, pode-se sugerir que a pessoa é movida pelo interesse porque tem algo a ganhar com o argumento. A pessoa pode ainda ser atacada por associação ou pelas suas companhias.

Há três formas maiores de ataque à pessoa:

  • ad hominem (abusivo): em vez de atacar a asserção, o argumento ataca a pessoa que o proferiu.

  • ad hominem (circunstancial): em vez de atacar a asserção, o autor aponta uma relação entre a pessoa que a fez e as suas circunstâncias.

  • ad hominem (tu quoque): esta forma de ataque à pessoa consiste em fazer notar que a pessoa não pratica o que diz.

Exemplos:

1. Não discuto com pessoas da sua categoria. (ad hominem abusivo)

2. É natural que o ministro diga que essa política fiscal é boa porque ele não será atingido por ela. (ad hominem circunstancial)

3. Podemos ignorar as afirmações de João porque ele é patrocinado pela indústria de madeira. (ad hominem circunstancial)

4. Como você pode pedir-me para parar de fumar se vejo você fumando todos os dias? (ad hominem tu quoque)

Prova: Identifique o ataque e mostre que o caráter ou as circunstâncias da pessoa nada tem a ver com a verdade ou falsidade da proposição defendida.

  • Capítulo 14 - Apelo à Autoridade (argumentum ad verecundiam)

Definição: Ainda que às vezes seja apropriado citar uma autoridade para suportar uma opinião, a maioria das vezes não o é. O apelo à autoridade é especialmente impróprio se:

  • a pessoa não está qualificada para ter uma opinião de perito no assunto.

  • não há acordo entre os peritos do campo em questão.

  • a autoridade não pode por algum motivo ser levada a sério - porque estava brincando, estava ébria ou por qualquer outro motivo.

Uma variante da falácia do apelo à autoridade é o "ouvi dizer" ou "diz-se que". Uma argumento por "ouvir dizer" é um argumento que depende de fontes de segunda e terceira mão.

 

Exemplos:

1. O famoso psicólogo Dr. Fabio Appolinário recomenda-lhe que compre o último modelo do carro da Ford.

2. O economista John Kenneth Galbraith defende que uma apertada política econÔmica é a melhor saída para a recessão. (Apesar de Galbraith ser um perito, nem todos os economistas estão de acordo nesta questão.)

3. Dizem que as ações da bolsa vão continuar a cair até o final do ano. (Ouvi dizer que...)

Prova: Mostre uma de duas coisas (ou ambas):

  • a pessoa citada não é uma autoridade no campo em questão;

  • mesmo entre especialistas não há consenso sobre o assunto discutido.

  • Capítulo 15 - Depois disso, Por causa disso (post hoc ergo propter hoc)

Definição: O nome em Latim significa: "depois disso, logo, por causa disso". Isto descreve a falácia. Um autor comete a falácia quando assume que, por uma coisa se seguir a outra, então aquela teve de ser causada por esta.

Exemplos:

1. A imigração nordestino para o sul/sudeste aumentou assim que a prosperidade aumentou.

Portanto o incremento da imigração foi causado pelo incremento da prosperidade.

2. Tomei o chá Cura-Tudo e dois dias depois a minha dor no peito desapareceu...

Prova: Mostre que a correlação é coincidência, mostrando:

  • que o "efeito" teria ocorrido mesmo sem a alegada causa ocorrer, ou que

  • o efeito teve uma causa diferente da que foi indicada.

  • Capítulo 16 - Efeito Conjunto

Definição: Sustenta-se que uma coisa causa outra quando, de fato, são ambas o efeito de uma mesma causa subjacente. Esta falácia é muitas vezes apresentada como um caso especial da falácia post hoc ergo propter hoc.

Exemplos:

1. Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego que é provocado por uma baixa demanda de consumo. (De fato, ambos podem ser causados por taxas de juros muito elevadas, dentre outros fatores...)

2. Você está com febre e isso está sentido-se indisposto. (De fato, ambos os sintomas são causados pela gripe...)

Prova: Identifique os dois efeitos e mostre que ambos são provocados pela mesma causa subjacente. É preciso indicar a causa oculta e provar que ela causa cada efeito.

Considerações Finais

 

Esta pesquisa foi realizada em cerca de 10 horas não consecutivas e
contêm 3.779 palavras.

Agradeço a quem se esforçou para ler tudo, qualquer dúvida, responda ao tópico que eu tentarei resolver.

:bye:

___________________________________

::Edit::

http://www.lagoservice.com.br/raciocinio.html

Site com vários testes de raciocínio muito legais. :D

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Sephy    0
Sephy

Tutorial magnífico, pra lá de completo e muito bem estruturado.

Espero que ajude essa juventude de hoje e pensar melhor.

 

Aprovado

 

~Sephy~

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xNb    0
xNb

eu resolvi cria esse tutorial pra ajudar as pessoainhas la da programação (mais especificamente quem ta começando) a entender melhor como funciona as linguagens :D

eu adoraria se desse pra botar um atalho por lá tb (se for possível)

valeus ;)

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D1eg00    0
D1eg00

poha gostei do seu tutorial realmente ajuda muito a organiza as ideias tive um poko de dificuldade em entender alguams partes mas de um todo esta bem explicado

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Macô̲oii    0
Macô̲oii

Creio que de 10 pessoas , 2 vão ler.Mais eu li , e entendi que a programação não é somente a teoria mesmo e me ajudo muito:).

Belo tutorial (Y).

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xNb    0
xNb

nego up :P

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CIAKILLES    0
CIAKILLES

KKK

e muito grande o tutorial

amanha eu termino de ler

mais ta baum o tuto!

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Destruidor    0
Destruidor
Creio que de 10 pessoas , 2 vão ler.Mais eu li , e entendi que a programação não é somente a teoria mesmo e me ajudo muito:).

Belo tutorial (Y)

.[2]

 

Tutorial magnífico, pra lá de completo
[2]

 

Presizo dizer mais nada

auauh

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macaquinho123    0
macaquinho123

Perfeito Cara, Tu Além De Ser Humilde Ainda Se Preucupa Com Os Outros, Porque Aja Paciência Pra Fazer Um Tópico Desses. Exelente Tópico Tá De Parabéns, Obrigado Mesmo.

 

Abrass

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